Vacinação beira-leito garante proteção aos recém-nascidos do Materno-Infantil

Vacinação beira-leito, sua eficiência e um direito do bebê
Ascom

Nas primeiras horas de hoje, a técnica de enfermagem Vilma Castro já visitava o leito 3 do Centro de Parto Normal (CPN) do Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus, para administrar as primeiras doses de vacina no pequeno Kaleb, filho de Noemi Pinto, de 22 anos, natural de Tremembé, zona rural de Maraú, litoral sul da Bahia. O bebê nasceu durante a madrugada e já no início da manhã, a técnica fazia o acompanhamento beira-leito para a aplicação obrigatória das vacinas BCG e Hepatite B. A primeira é uma vacina com dose única, que protege o recém-nascido do Bacilo Calmette-Guerin que causa a tuberculose, uma doença altamente infecciosa e transmissível. A da Hepatite B protege contra as infecções do fígado.

No materno-infantil de Ilhéus, essa vacinação acontece todos os dias, ainda durante o período de internação, incluindo sábados e domingos. Este ano, até o dia 30 de junho, já foram aplicadas 3.089 doses. Desde 2022, quando o serviço começou a ser ofertado na unidade, já foram aplicadas aproximadamente 15 mil doses. A enfermeira Iamara Fonseca, do Ambulatório do HMIJS, explica que a vacina contra a Hepatite B deve ser ofertada nas primeiras 24 horas de vida do bebê. Para a aplicação da BCG, é preciso que o recém-nascido tenha, no mínimo, 2 quilos, como o pequeno e saudável Kaleb.

Mais opções

Desde o ano passado, o ambulatório do Hospital Materno-Infantil abriga um Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) do estado, cuja finalidade é facilitar o acesso da população aos imunobiológicos especiais, em especial das pessoas com imunodeficiências congênita ou adquirida e de outras condições especiais de morbidade ou exposição a situações de risco. “A implantação deste serviço na unidade é estratégica, já que a maioria dos casos atendidos com este perfil é de bebês e de recém-nascidos”, explica Juliana Lima, enfermeira do Crie.

É nesse ambiente ambulatorial que são liberados e aplicados os imunosespeciais voltados para recém-nascidos prematuros com até 32 semanas e 6 dias e com menos de 1,5 kg. Esses imunoespeciais causam menores reações adversas aos pacientes do que a vacina tradicional. Eles são aplicados a partir dos dois meses de vida e, mesmo que os pacientes, a partir daí, não estejam mais internados na unidade, as demais doses seguem ofertadas no CRIE, que funciona no turno da manhã.

Investigação e acompanhamento

O CRIE também garante os mecanismos necessários para investigação, acompanhamento e elucidação dos casos de Eventos Supostamente Atribuíveis à Vacinação ou Imunização (Esavi) graves e/ou inusitados, associados temporalmente à administração de imunobiológicos. Esavi são quaisquer ocorrências médicas indesejadas após a vacinação, não tendo necessariamente uma relação causal com o uso de uma vacina ou outro imunobiológico (imunoglobulinas e soros heterólogos).

O Hospital Materno Infantil Dr. Joaquim Sampaio conta com 105 leitos, destinados à obstetrícia, à gestação de alto risco, pediatria clínica, UTI pediátrica, UTI neonatal e centro de parto normal, integrados à Rede Cegonha e atenção às urgências e emergências, com funcionamento 24 horas e acesso por demanda espontânea e referenciada de parte significativa da região sul da Bahia. O investimento do estado foi de aproximadamente R$ 40 milhões, entre obras e equipamentos. Em quase três anos de funcionamento, a unidade está próxima de chegar à marca de 8 mil partos.